Quarta 30 de Março 22H
Bartô Outras Quartas
Na próxima quarta-feira voltamos a abrir a porta à reflexão e troca de ideias. Reunimos activistas políticos, jornalistas, críticos culturais, músicos, para falar do que se fala: o estado de uma geração, a tomada das ruas, as manifestações… e, talvez menos importante para uns mas sempre presente para nós, a música e o seu papel na social.
Esperamos por todos a 30 de Março, pelas 22H, no Bartô do Chapitô. A entrada é livre.
5dias à conversa… Há uma geração parva? A cantiga ainda é uma arma?
Por Nuno Ramos de Almeida
A música dos Deolinda caiu que nem uma pedra.
Quando a tocaram de surpresa no Coliseu do Porto, o público levantou-se como uma mola. A letra tinha descrito a vida de muitos. A geração dos precários, a geração que nunca vai ganhar mais de 800 euros.
"Fico a pensar / que mundo tão parvo / onde para ser escravo / é preciso estudar…", reza a letra.
A polémica começou, a maioria da opinião publicada garante que esses jovens, e menos jovens, são vítimas "dos direitos adquiridos".
Alguns argumentam que eles deviam estar felizes em ser precários, porque isso é bom. O mercado tem que funcionar "livremente", as pessoas são para ser contratadas e despedidas com tranquilidade, como diria o seleccionador nacional. O tempo daquilo que os sindicatos chamam "trabalho com dignidade" é coisa do passado.
Tantas cabeças, quase sempre a mesma sentença.
Propomos-vos, assim, uma dupla discussão:
1. A precariedade é o nome normal do trabalho no século XXI ou é natural que uma geração lute pelo direito ao emprego?
2. Na nossa sociedade ainda há lugar para a música de intervenção ou devemos exigir que os cantores se deixem de politiquices e que se fiquem pelo amor e pelo Benfica? Ou como também cantam os Deolinda: "Agora não, que me dói a barriga... / Agora não, dizem que vai chover... / Agora não, que joga o Benfica... / E eu tenho mais que fazer..."
Oradores:
Helena Matos – Jornalista
João San Payo – Músico dos Peste & Sida
Miguel Morgado – Economista
Sérgio Vitorino – Panteras Rosas
Tiago Mota Saraiva – 5 dias
Moderador: Vítor Belanciano – Crítico cultural e jornalista
Convidado especial: António Tomás – Jornalista, antropólogo e colunista no Novo Jornal (publicação angolana)
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