terça-feira, 13 de novembro de 2012

Editorial de Novembro



Não à Crise como um estado de espírito!
                                    Ela é um vendaval que há-de passar.
     Mãos à obra!


O Chapitô, na sua estratégia de produção e divulgação cultural, deu início a mais uma temporada. De Outubro de 2012 a Julho de 2013, o Chapitô e a vizinhança vão encher-se de circo, magia, teatro, música e pensamento, tornando-se o foco de animação cultural desta zona histórica.
Trazer à pista, à tenda novos projectos, ao mesmo tempo que são acolhidos grandes nomes do panorama artístico nacional, é o mote para reforçar o ânimo de uma crise e o ritmo cultural do Chapitô e do Bartô – que se mantém com uma das programações mais regulares, diversificadas e interessantes de Lisboa. A isto, aliamos a preocupação de convidar a classe artística e captar e sedimentar os mais variados públicos que contribuam para o sucesso deste espaço multicultural.
* Outubro trouxe à cena a peça Guarda-Sopros, pelo colectivo “Acho-te uma Graça”. Reforçando a parceria com outras estruturas de produção teatral, entre 4 e 14 de Outubro, esta encenação do conceituado actor João Ricardo contou com a interpretação de José Graça e Carlos Pereira, a partir do texto de Sofia Brito. Uma história de dois homens que inventam a alegria dos dias tortos num tributo aos Faz-Tudo e às soirées de Circo dos nossos avós. E assim voltamos a encontrar os ex-alunos desta casa, os fazedores desta PEÇA TEATRO.
* Novembro recebe O Ciclista, a partir de textos de Karl Valentin, uma encenação de Maria João Luís para o Teatro da Terra. Entre 16 e 25 de Novembro, de Sexta a Domingo às 22h, Elsa Galvão, Maria João Luís, Pedro Mendes e João Fernandes redescobrem, em cima de vários triciclos, este autor maior da dramaturgia alemã, conhecido pelo seu humor corrosivo e irreverente.
Esta é a assinatura da casa Chapitô.

* Dezembro é tempo da Companhia do Chapitô incubar mais uma criação. Depois de uma grande digressão nacional e internacional, o regresso a casa traz consigo o seu contributo financeiro para economia social do projecto e marca o início dos ensaios que darão origem a Macbeth.

* Janeiro é o mês da estreia de Shakespeare que se enquadra, uma vez mais, na linha criativa da Companhia ao responder ao seu interesse pelas potencialidades dramatúrgicas respondendo aos textos clássicos … e não podíamos estar mais curiosos.
2013 não podia começar da melhor maneira – com a estreia da nova criação da Companhia do Chapitô.

* Dezembro é igualmente o momento de levar alegria àqueles que a sociedade esquece e que são também cidadãos deste país. Os Natais Solidários do Chapitô são feitos nos Centros Educativos, com os jovens; com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com os sem abrigo e com os idosos.
* Em Fevereiro, Sábado, dia 9, os “foliões” do Chapitô saem à rua para mais um Desfile de Carnaval, em parceria com a EGEAC, que envolve várias Juntas de Freguesia, Associações e artistas convidados.

*Março vai ser VERDE! E mais não digo para não estragar a surpresa dos canteiros nas mãos dos jardineiros…

*Abril de 2013 é o mês do Ciclo Mulheres Palhaço, na sua 6ª edição, agora dedicado aos países do norte da Europa. A divulgação da arte ancestral do circo é o que nos move. Da estética mais tradicional à mais contemporânea, as artistas que receberemos são singulares na sua “voz” e fisicalidade. Conferências, cultura social e afirmação artística, cinema, música e animação na esplanada são a criação de um Fórum. A direcção está traçada…e convidamos o norte da Europa para o diálogo.
E porque o 25 de Abril é símbolo da cidadania, neste dia abrimos portas a mais uma grande produção que homenageia a Liberdade e as artes circenses, num espectáculo em que circo, música, teatro e dança se conjugam entre o céu e a terra nos corpos falantes dos intérpretes.
Os meses que se seguem não são menos ricos em actividades: a EPAOE – Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espectáculo entra em cena com espectáculos que já são eventos incontornáveis na agenda cultural da cidade de Lisboa, este ano com a temática “!Ser Cidadão?”:
* Maio, Junho e Julho são palco para a EPAOE – o 1.º ano com a apresentação ao público da Mostra Técnica, o 2.º ano com a estreia fora de portas do Exercício-Espectáculo e o 3.º ano com as Provas de Aptidão Profissional. O futuro do Circo nasce, a cada ano, no Chapitô!
*Junho e Julho não estariam completos sem os espectáculos dos Cursos de Fim de Tarde: Teatro, Técnicas Circenses, Capoeira, Malabarismo… em que os alunos se reúnem para a celebração de um ano de aprendizagem a que se juntam agora as turmas dos novos cursos – ainda em fase de inscrições:
·      Lígia Roque, actriz, propõe um Laboratório de Teatro para jovens actores e profissionais do espectáculo;
·         Ana Ribeiro, Sâmara Botelho, Pedro Nascimento e Gérald Oliveira, introduzem um espaço de Treino Avançado em Técnicas Circenses;
·          Luís Reis, artista formado em França, lidera as Técnicas de Manipulação.

Não deixem de acompanhar o site, blog e redes sociais - janelas para um dia-a-dia preenchido e revigorante. O desdobrável mensal atesta a vitalidade da Casa, por excelência um espaço de encontro de culturas. E a Loja-Galeria e o Quiosque acompanham esta onda de energia com produtos exclusivos e novas caras para receber quem nos visita, das biodiversidades às bebidas exóticas feitas em casa…
               …ao Chapitô à Mesa, que nos convida a deliciosos repastos com os petiscos de vinho e queijo e a apreciarem as continuas surpresas.
O Chapitô cria ambientes mágicos que transportam o espectador e os parceiros para mundos fantasiosos. O contexto económico é adverso e os desafios são redobrados mas, enquanto agentes criativos e participativos na construção do tecido cultural e social, criamos valor para a Economia Nacional. Valorizar a criação nacional, lançar novos artistas, divulgar as artes e ofícios tradicionais, reforçar parcerias e reabilitar o bairro histórico em que nos inscrevemos (dias 3 de Novembro e 1 de Dezembro estamos no Castelo de São Jorge pela batuta da Teresa Oliveira com o Animatus - com ex-alunos e encenação de Jorge Gomes), são alguns dos instrumentos para o objectivo maior que é a valorização da identidade individual e colectiva através da inclusão pela arte - eco da nossa missão fundadora.
Como conseguir esta utopia que é o Chapitô e sobreviver neste desalinho em que se encontra a Europa e Portugal? Fica a questão. Estamos vivos e… ”no arame”, mas com a mesma vontade de sobreviver e a mesma determinação em desenvolver. Yes, we can!
Não somos nenhuns super-heróis. Mas, de facto, e quase num número de magia, continuamos de pé e por cima – levitando!

Teresa Ricou

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