terça-feira, 9 de outubro de 2012

Editorial Outubro

Vamos substituir a insegurança de agir pela coragem de viver?


A Europa faz “tique-taque”.
A incerteza de um futuro também se sente em Portugal.
Povo de feitos heróicos: manifesta-te pelo direito à liberdade e à democracia.

É preciso não cruzar os braços, puxar pela imaginação, reinventar o ânimo e pedir contas a quem nos tem governado nesta alvorada da Humanidade. A responsabilidade começa em cada um de nós.

Tique-taque, Tique-taque, tique-taque

Foi um fim de ano lectivo difícil e desafiante, mas este em particular, pois estivemos, como todos os outros, alinhados com o esforço que a conjuntura nacional e europeia imprime… É verdade, a crise também teve o seu papel de destaque neste “circo de crises” – urge baixar o pano! - no entanto, eu acredito que o segredo para o sucesso, e aquilo em que nos devemos focar, mais do que no desequilíbrio das contas públicas a que continuamos atentos, é na grande aposta no empenho individual. É só necessário fazer corresponder o tanto que há a fazer com todos os que existem… ou não fossemos nós um batalhão de criativos…
Pensando numa maior e melhor qualidade de vida, quando se trabalha com competência, gastam-se menos recursos, produz-se mais e não se desperdiça o tempo, bem tão precioso para as nossas vidas profissionais, pessoais e familiares, amigos, maridos, filhos, netos, amantes, colaboradores, professores e alunos… para a vida em sociedade e com o mundo em equilíbrio.
É urgente encontrar o prazer de bem-fazer. A gestão e o acerto do capital humano devem ser bem mais publicitados do que as nossas contabilidades. Coragem para continuar as conquistas no dia-a-dia, mesmo que nos moam tanto a paciência! Não desistamos da nossa capacidade de executarmos com persistência cada actividade - desistir não é um verbo utilizado nesta casa.

E eis que nos preparamos para mais uma reentré, após um ano 2011/2012 muito intenso e cheio de acontecimento. Avizinham-se novos desafios e novos projectos, enquanto se continua a consolidação de parcerias dos anos anteriores.

Este ano, e em particular na escola, cuidamos dos conteúdos e preparamos também o XL para a abertura do ano lectivo, dedicado ao tema “?Ser Cidadão!”
Questionamo-nos sobre o significado de cidadania no mundo tecnológico em que vivemos. Que sociedade queremos construir? Como queremos que o futuro se lembre de nós? Como criamos laços quando as relações interpessoais são tão relegadas para segundo plano? Que mundo deixaremos para os do futuro? Que legado?

A acção social e a produção cultural que fazemos também têm em conta o benefício dos prazeres da vida. Todas as nossas actividades são cúmplices de um público cada vez maior, artistas, produtores, alunos… estimulando projectos que crescem próximos dos nossos.

Pela mão das nossas equipas nos Centros Educativos, este ano vamos receber dois jovens vindos da Bela Vista – bravo a eles por terem completado o 9.º ano e bravo por nos terem escolhido como continuação dos estudos. E bravo a toda a equipa do Chapitô que continua em força a receber estes futuros cidadãos do mundo.

Os mais pequenos não foram esquecidos. A nova caixa de areia e as tardes de histórias no Centro de Acolhimento João dos Santos esperam por vocês. É só tocar à campainha desta casa sempre aberta à comunidade.

Os Cursos de Fim de Tarde serão como sempre dinâmicos e para todas as idades: capoeira, artes circenses, expressão dramática, workshops e temos uma novidade para quem persiga o aperfeiçoamento de técnicas e se empenhe em treinar para ser cada vez melhor: um laboratório de teatro e de circo. Fiquem atentos!

A Companhia do Chapitô continua dinâmica e depois de uma bem sucedida digressão europeia, levantam agora voo por terras da América Latina. E dia 19 de Janeiro, Macbeth reencarna nos nossos actores para mais uma estreia bem ao nosso género.

A programação do Bartô, em parceria com a associação Zona Franca, será recheada de novidades, plena de música e tertúlias, teatro e magia como somente este espaço pode ter. O interior está renovado, com o apoio da Oficina Faz-Tudo, do Guarda-Roupa, de colaboradores do XL e alguns alunos, com novas cores e decoração, mas a essência plenamente dedicada à cultura e à descoberta de novos criadores mantém-se. Resta enchê-lo de gente, pensamento, risos e muita animação.

O Chapitô à Mesa está pronto para uma nova etapa – vamos todos saborear os novos pratos e colaborar na sua implementação. A vista, essa, continua a mesma, maravilhosa e debruçada sobre esta nossa Lisboa. Miguel Ameal, Fernando Belo, Bertílio Gomes, Jaime Dominguez e Fátima Ferreira são a equipa pronta para vos receber.

Mas há mais, muito mais: a Oficina da Reciclagem continua aberta à criação e com uma visão cada vez mais original e dinâmica. A Loja mantém-se como montra de tudo aquilo que temos orgulho em mostrar a quem nos visita – uma das âncoras da nossa economia social. O Quiosque aconchega quem nos visita, com chás, licores e bolachas caseiras. Os canteiros da casa revivem. Eles são o coração da biodiversidade!

Este ano lectivo recebe-vos com muitas coisas novas, algumas renovações e, sobretudo, com uma necessidade imperiosa de cuidarmos cada vez mais do que é nosso. E porque o dia de amanhã é o futuro, é fundamental encontrar soluções ambientais regadas de uma forma universal, todos os dias, em cada olhar. Cada esforço, individual ou colectivo, será um contributo singular.

Estamos a chegar de férias, a adrenalina é grande.
A vossa participação no projecto Chapitô é vital. Mãos à obra!

Teresa Ricou

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