quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Natal no Centro Educativo Navarro Paiva

No Natal, os jovens do Centro Educativo Navarro de Paiva fazem peças em barro para dar às famílias. Este é um ritual que se tem repetido ao longo dos anos como colaborador desta instituição. Todos aqui, os mais velhos e os mais novos, privados temporariamente do contacto com os familiares, de alguma forma sentem poder compensar essa ausência, fazendo algo que sai das suas próprias mãos.


O barro, usado desde os tempos primitivos, possibilita experimentar as sensações da modelação a partir da textura da argila. O que, podendo pensar-se que seria coisa que pouco diria a estes jovens, não é, de facto assim: muitas vezes as figuras que saem do barro são apenas "desculpas" para este amassar e amassar do barro.


Na oficina de Escultura e Modelação em barro, os jovens recebem uma introdução à imagem e à representação. Como o barro é um material muito plástico, isso possibilita que, facilmente, façamos nascer dele as nossa próprias ideias em imagens e em volumes.
Acho que para quem gosta de artes, acontece com o barro a mesma coisa que com uma folha em branca e um lápis: ambos os meios que aparentemente parecem inexpressivos, logo se tornam janelas para um sem número de possibilidades...


Este ano decidimos que as prendas para se dar às famílias pelo Natal, seriam Rosas. A ideia nasceu de uma das peças que um dos jovens executou. As flores ficaram tão bonitas em barro que pensamos seria boa uma ideia para este ano, alterar um pouco os motivos mais tradicionalmente natalícios e que em outros anos aqui fazíamos. Tentámos assim reproduzir estas rosas. Fizemos 50 rosas pequenas com o pé, espinhos e folhas; pintaram-se de vermelho esmalte e ai estão para serem entregues dia 19, na Festa de Natal do Centro Educativo.

Para nossa fortuna, o Centro Educativo é circundado por um jardim muito bonito, cheio de flores, árvores e hortas tudo muito bem organizado e com uma grande diversidade de plantas. O técnico de jardinagem do Centro Educativo, Sr. Américo, fez este ano, no grande corredor que vai desde a entrada do Centro até à Casa Cor-de-Rosa (onde funcionam os ateliers do Chapitô) um caminho que deve ter uns 100 metros. E, neste caminho, somos sempre acompanhados por um grande canteiro de rosas.



Penso que foi nesta "floresta" de rosas, com os seus espinhos e as suas grandes pétalas, que o jovem se inspirou para fazer a sua peça.


Nuno Oliveira

Animador do Atelier de Escultura e Modelação em Barro

Projecto “Animação em Acção” nos Centros Educativos

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