quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Um Natal Social

Quem chega pela primeira vez só sabe que é a Festa de Natal e, se tiver chegado há pouco, fica a perceber o motivo pelo qual todos falam de um Natal Social. Ele é presentes, ele é pais Natal, ele é arroz de pato, ele é megafones, ele é palavras, ele é Festa!

Há clichés, há frases feitas, há chavões a que se recorre quando falamos do Chapitô. Nenhuma das palavras ou ideias pré-concebidas descreve a realidade desta Senhora de chapéu vermelho e sapatos com atacadores desapertados.

Nesta caixa negra que é a Tenda, a luz corre veloz para misturar graúdos com miúdos e formar aquela que todos chamam de Roda Solidária da Festa.







Entrei pela primeira vez de forma tímida, quase escondida. Olhei tudo com espanto, pois já nem me lembrava da última vez que tinha visto adultos a brincar às crianças.
Os alunos lideravam as gargalhadas e tomavam conta dos holofotes. A Helena, mestre das palavras, afinava o pelotão de uma outra Tróia a animar o alto da Costa do Castelo.
A Tita, com os seus olhos grandes, estava atenta àquelas pequeninas coisas que todas juntas fazem a Grande Festa.
A Tété vestia-se de mãe Natal e dirigia a orquestra que, pela sua batuta, logo virava uma agitação.
As três, donas da Casa, temperavam os sorrisos e as gargalhadas, aos quais juntavam os aplausos quentes de inverno com que cada um saudava quem acabava de receber uma prenda.
Em tudo borbulhava Alegria e quem chegava logo sabia que entrava no Reino da Fantasia.











E assim, cada um à sua vez, lá entrava na Tenda do Dom e da Troca para escolher um presente.
Lá fora, a Alegria não parava e a Tété continuava: - João, aonde é que está o João?

- Presente! – exclamou ele então.

- FUTURO. – Respondam vocês.

E mais um e mais outro, e outros tantos receberam os presentes de Natal ao som da sineta e do megafone que não paravam de fazer barulho.

Este é um texto sobre o Natal no Chapitô. Um Natal que diz quem sabe, é Social. O meu Natal, o teu Natal, o nosso Natal, o de quem, como diz Tété, vier e der. Porque esta Casa está, sem dúvida, AQUI para o que der e vier.


Texto colectivo: Direcção

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